Meu Jesus... Não sou poeta. Eu queria poder expressar com a mais linda canção o meu amor, e como confio em ti. Eu não saberia unir as palavras, nem colocar melodia. Não conseguiria fazer sentido, e talvez nem mesmo fosse muito sincero. Eu queria tanto expressar, assim, meu amor! Mas... não, não sou poeta, não sou compositor. As rimas seriam pobres; os versos, fora de compasso. A nota não seria a certa...
Eu queria ser efusivo, e com muito vigor anunciar, a todos os ventos e cantos, o meu amor. A todos queria dizer, com entusiasmo contagiante, que meu coração -- e tudo mais -- pertence a Deus, que vale a pena esperar em Deus, que sua vontade é minha alegria... Mas não sou assim. É na timidez dos meus gestos e nas palavras engasgadas que testemunho teu amor e tua misericórdia.
Senhor, eu queria ser criativo, e gerar modos belíssimos de falar de Deus, e amar o irmão. Queria poder encantar -- não para mim, mas para Deus. Queria ser produtivo na criatividade... Em vez disso, experimento a luta de não saber como falar, como expressar o que gostaria: que te amo, Senhor, que faço tudo por ti, que acolho e assumo os teus caminhos. É apenas no esforço que consigo organizar as idéias, e nem sei se o faço direito...
Eu queria ser mais ativo, e entusiasmar a todos para caminhar e agir, mas é na lentidão que acerto o passo, ouço o silêncio, aprendo a caminhar.
Queria, enfim, te amar da melhor forma, me portar da melhor forma, confiar da melhor forma, esperar da melhor forma, me expressar da melhor forma... Eu queria amar da melhor forma. Hoje, porém, só consigo te oferecer a minha forma, Senhor, de fazer tudo isso. Não a do poeta, ou do ator, músico ou compositor. Não a do ativo ou do criativo. Só eu. Assim. Nas minhas incongruências e assimetrias. Tu és o maestro. Tu és o autor. Tu és o artista. E eu te amo.
Não sei mais o que -- nem como -- dizer.
Um comentário:
Entregar a nossa própria forma é ter liberdade interior...
"A atitude apropriada diante de Deus é a seguinte: por um lado uma aceitação muito tranquila, muito sem tensões de nós mesmos e de nossas enfermidades e, ao mesmo tempo, um desejo imenso de santidade, uma forte determinação de progredir, embasados em uma confiança sem limite no poder da graça divina" (Jacques Philipe)
Bj
Pati
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