Palavras não me têm sido muito úteis,
ultimamente. Nem escritas, nem faladas.
Palavras hoje me constragem, intimidam,
pois sei que facilmente me trairiam.
E eu a elas.
Palavras são como lâminas afiadas.
Atravessando meu peito, ferem,
mas também fecundam, germinam, frutificam.
E ali as guardo, preciosas,
para oportunamente retribuir-lhes.
Não às que ferem, nem às que cortam.
Tão somente às que dão vida.
Mas é aí que habita meu engano,
pois a essas
só se retribui vivendo.
Sobretudo Àquela, que a todos dá vida.
A Ela todas as outras se rendem,
pois só nEla têm sentido.
Fora dEla são vazias e, como eu,
não sobrevivem.
Mas existem ainda em meu peito
desejos de transbordar.
Falar tudo que há, e o tanto que amo,
mas eis de novo meu engano,
pois a palavra do amor é o silêncio.
Assim, as palavras continuam
lutando dentro de mim.
Luta aguerrida, luta leal.
E por amor não me ferem,
ainda que eu a elas.
Falem meus olhos, fale meu coração.
Fale meu silêncio, ainda que por dentro
eu grite.
E você, lendo minha alma,
ouvirá tudo o que não ouso dizer.
16.6.08
Livro aberto.
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2 comentários:
Lindo o que você escreveu!!
Que suas lutas sejam cada vez mais fecundas em Deus.
Beijos
Shalom
Pati
Partilho dessa busca do silêncio que grita, rs...
Leia meu quem sou eu....
Shalom!
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